As palavras são a armas deste século

Autoria Carlos Rifan, Fundador e Presidente da ANAPRI

Revisado por Elaine Silva da Luz, Coordenadora de Comunicação e Redação da ANAPRI 

Mark Twain disse que a verdade é mais estranha que a ficção porque a ficção tem uma obrigação com a verdade, mas a verdade não tem obrigação com nada.  Escrevo esse início para convidar você a pensar em uma guerra e como vamos analisá-la como profissionais internacionais. Para tudo existe uma métrica básica para obter as respostas, ou seja, um tipo de técnica que vai além dos autores que aprendemos na faculdade. Mas o convido a pensar livremente sobre uma guerra qualquer, principalmente sobre ambos os lados, como a diplomacia está agindo e como os integrantes da guerra interagem, principalmente quando o principal sentimento é o de medo.

Esse texto foi escrito em meio a três guerras declaradas em nosso mundo: região da Faixa de Gaza, Ucrânia e agora a guerra contra o tráfico no Equador. Algumas iniciaram a pouco tempo, outras, duram anos sem uma data final para se resolver. Em todos esses lugares, temos governos diferentes, soldados, vítimas, interessados, oportunistas e medo. O medo é a única coisa que podemos encontrar de forma igualitária quando falamos de uma guerra. Dessa forma, como havia falado, lhe convido a pensar livremente sobre o medo, dando a perspectiva de cada uma das três guerras, pois o ter medo é igual para todos, mas a forma de ver o medo é diferente. 

Atores internacionais, como agências de inteligência que interferem, a guerra é um jogo, uma forma de se beneficiar, de atender interesses particulares de seus governos. Rapidamente podemos mudar para as mães de filhos na guerra que usam o medo como esperança, por uma volta para casa. Temos, também, os refugiados que possuem o sentimento de angústia por perderem tudo que tinham e os apoiadores como a ONU que trabalham a empatia dos seus voluntários.

A conclusão que se pode tirar deste convite à reflexão é a importância de transcender a análise convencional de guerra, que frequentemente se limita a aspectos políticos, econômicos e militares, para incluir também as dimensões humanas, psicológicas e sociais. A guerra, como fenômeno complexo, exige uma abordagem holística que considere tanto as estratégias e táticas utilizadas quanto às experiências e emoções dos indivíduos afetados. Reconhecendo que o medo, embora universal, é experimentado e interpretado de forma diversa, podemos começar a compreender a guerra não apenas como um conjunto de movimentos no tabuleiro geopolítico, mas como um mosaico de vivências humanas. Tal perspectiva não só enriquece nosso entendimento dos conflitos como, também, nos aproxima da essência daquilo que significa ser humano diante das adversidades. Ao abordarmos as guerras com um olhar empático e multidimensional, podemos vislumbrar caminhos para a resolução de conflitos que respeitem a dignidade e a complexidade da condição humana.