Autor: YURI VIANA
Revisado por: Elaine Silva da Luz, coordenadora de comunicação e redação da ANAPRI.
Muitos autores definem a cultura como uma perspectiva privilegiada para a investigação e compreensão das promissas filosóficas da disciplina, reconstruindo uma “história cultural’’ do campo. Na realidade, a cultura é algo extremamente amplo que está em constante mudança e relacionada com as grandes expressões da nossa humanidade. Mesmo às vezes não tendo um conceito muito bem definido uma coisa é certa, a cultura desempenha um papel fundamental nas relações internacionais, seja pela influência da forma como os países se comunicam entre si ou por influenciar as políticas externas e econômicas de uma determinada nação. Um de seus principais pilares é a pluralidade, é abranger diversos aspectos como a língua, religião, turismo, costumes, música, arte e a história de um povo, esses elementos são essenciais para a construção da identidade de uma nação que molda a maneira como sua população se comporta e se relaciona com o mundo.
Com uma vasta gama de influência, não podemos deixar de lembrar o quanto a cultura possui papel fundamental e de influência nas políticas externas e econômicas dos países, podendo até afetar suas alianças e parcerias internacionais. Podemos citar como exemplo as crenças religiosas de determinado país, que geralmente moldam a sua forma de posicionamento em questões internacionais, como direitos humanos, meio ambiente e comércio. Além disso, vale
ressaltar os grandes conflitos étnicos, que destroem muitas sociedades, o qual aciona um mesmo discurso culturalista que usa a diferença como legitimadora de disputas com fundo político, econômico, territorial ou social.
A partir da percepção de que a cultura não possui um papel individual e sim uma atitude pluralista que trabalha tanto com o campo econômico, político ou social, fica mais fácil compreender uma série de conflitos de origem cultural que usam a cultura como retorica de legitimação, mas que, na verdade, estão implicados em outras questões econômicas e políticas. O sentido humanista de cultura é essencial para compreensão das relações internacionais do século XVIII e XIX, quando a civilização foi em princípio organizada hierarquicamente no sistema internacional, dividindo entre civilizados X bárbaros ou colonizadores X colonizados e posteriormente foi uma poderosa ferramenta de construção do sentido de compartilhamento entre povos germânicos para legitimar a construção dos Estados Nacionais na segunda metade do século XX.
Vale lembrar também, que devido a sua diversidade e complexidade a dinâmica da cultura atua sobre diferentes aspectos e proporções nas esferas da sociedade internacional. Podendo atuar como base das relações, expressão de influência, como recurso intermediador ou agregador de valores para traçar caminhos estratégicos. A constituição da UNESCO é uma dos melhores exemplos que podemos usar de concepção da cultura como recurso considerando-o como um instrumento para a promoção da paz e da justiça. Por fim concluímos que, através da pluralidade de uma cultura, somos capazes de analisar tantas diferentes e novas perspectivas, podendo formar um estado, nação, alianças política ou até ocasionar guerras.
